Por Edson Pereira Silva, Fernanda Gonçalves Arcanjo, Stephanie Campos Alves, Michelle Rezende Duarte e Luca Ribeiro Mendes Nicola via GEMBi (Grupo de Estudos e Pesquisas em Marxismo e Biologia)
INTRODUÇÃO
O recrudescimento do negacionismo identifica um fracasso do pressuposto iluminista no qual, geralmente, as discussões sobre divulgação científica são baseadas. Neste sentido, este ensaio discute a relação entre ciência e população, reconhecendo o duplo caráter do conhecimento científico enquanto uma forma genérica de conhecimento e uma mercadoria no mercado capitalista.
A partir do século XX os avanços científicos têm acontecido em velocidade nunca antes vista na história, o exemplo mais recente disso foi o processo de pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas contra Covid-19. No entanto, esse mesmo exemplo evidenciou a imensa desigualdade sob a qual a ciência se faz e é distribuída. No caso específico da Covid-19 essa distribuição pode ser melhor compreendida como comercialização, ou seja, a submissão da atividade científica a demandas de mercado. Ao mesmo tempo ficou evidente, também, em diversos setores da sociedade, um negacionismo até então negligenciado. Esses três fatos (velocidade dos avanços científicos, a estreita ligação entre ciência e mercado capitalista e o negacionismo científico) fizeram tomar força o discurso da necessidade e importância de trazer a ciência de volta a pauta de discussão pública. Neste discurso, termos, significados e conceitos relacionados à questão do acesso ao conhecimento científico tais quais vulgarização da ciência, alfabetização científica, divulgação científica, coletivização da ciência e popularização da ciência retornaram e não devem ser tomados como sinônimos (Germano, 2011).
O termo vulgarização da ciência surgiu na França no início do século XIX e, já naquela época, apresentava o problema da sua conotação pejorativa (Do latim, vulgare = vulgo, trivial, usual, frequente, comum), uma vez que, do mesmo modo que o termo podia ser tomado como “tornar conhecido”, podia ser associado, também, a idéia de “vulgar e sem valor”. Um dos melhores exemplos de vulgarização da ciência no seu sentido de fazer chegar ao vulgo (= povo, povão, plebe, ralé, gentinha) foi aquele empreendido por Galileu Galilei (1564-1642) que publicou duas de suas mais importantes obras [O diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo (1624) e Duas novas ciências (1636)] em italiano (língua “vulgar” no século XVII em contraposição ao latim que era a língua culta/erudita). A opção de Galileu foi motivada, talvez, menos por uma questão de democratização do conhecimento e mais como uma estratégia política. Ou seja, fazendo as ideias copernicanas chegarem ao vulgo, ele as tornava um fato consumado. A estratégia, no entanto, parece não ter funcionado muito bem, pelo menos no curto prazo, como nos conta a história.
O conceito de alfabetização científica define o nível mínimo de compreensão da ciência e tecnologia que as pessoas devem ter para operar como cidadãos e consumidores na sociedade tecnológica. O termo vem do inglês literacy e, algumas vezes, é traduzido como letramento científico, ou seja, a capacidade de ler, compreender e expressar opinião sobre assuntos de caráter científico. Neste caso, o conceito pressupõe uma certa homologia com o conceito de educação formal e, portanto, impõe uma primazia do código escrito. Isso conduz a uma situação na qual os analfabetos são imediatamente excluídos do processo de alfabetização/letramento científico como aconteceu em relação ao direito ao voto, que os analfabetos só puderam exercer no Brasil a partir de 1985 quando foi promulgada a Emenda Constitucional nº 25 à Constituição de 1967.
No Brasil, o termo mais empregado é divulgação científica, que pode ser entendido como ato ou ação de divulgar (Do latim divulgare = tornar conhecido, difundir, publicar, transmitir ao vulgo) e tem estado, muita vezes, ligada ao campo da comunicação, como comunicação da ciência (Do latim communis = por em comum). Assim, a divulgação científica pode estar associada ao sentido de informar e transmitir, ou seja, a di-vulgação seria levar ao vulgo aquilo que ele não tem, do mesmo modo que se faz com os alunos (a-lumini = desprovidos de luz). Esta concepção, então, tem dois problemas. Primeiro é a evidente assimetria que não reconhece que a ciência é parte da cultura geral e, assim, deve ser levada em diálogo com a população. A segunda é a perspectiva iluminista que acredita que o conhecimento científico por si só é capaz de operar as transformações sociais necessárias para a população. As relações entre ciência e capitalismo, o negacionismo científico e a incapacidade da ciência por si só mudar a vida cotidiana das pessoas são fatos que apontam que “alguma coisa está fora da ordem” na perspectiva da divulgação científica.
Outra perspectiva teórica da democratização do conhecimento científico foi a coletivização da ciência, proposta pelo movimento Proletkult após a vitória do proletariado na Revolução Russa de 1917 (Sheehan, 1985). O termo fazia menção à transformação daquilo que era propriedade privada em propriedade coletiva, tal qual foi feito com as propriedades agrícolas pelo regime soviético pós-revolução. O movimento Proletkult levou ao surgimento de diversos clubes, comitês e organizações culturais de trabalhadores, bem como a publicação de 21 edições do jornal “Proletarskaya Kultura”. Suas iniciativas promoveram espaços para a formação científica e artística, incentivando o contato dos proletários com a escrita, a música, a pintura, o teatro e a ciência, a fim de construir uma cultura própria da classe. A preocupação com o caráter de classe da produção do conhecimento científico demonstrava um avanço no entendimento das causas do afastamento entre a ciência e as massas. Contudo, havia a ideia de que uma nova cultura poderia surgir imediatamente e independente da cultura existente, o que foi criticado por Lênin, segundo quem o processo de constituição de uma “Proletkult” seria orgânico e ocorreria como desenvolvimento lógico de todo o acúmulo de conhecimento produzido pela humanidade ao longo de sua história. A ciência estabelecida, bem como a arte e a literatura, não deveriam ser abandonadas, mas sim apropriadas pelos trabalhadores no movimento de construção de uma nova sociedade. O termo coletivização da ciência não costuma ser utilizado nas discussões sobre a democratização do conhecimento cientifico, mas a ideia de luta de classes na cultura é um assunto relevante para entender aquilo que está se discutindo aqui.
O termo popularização da ciência, que surgiu na França do século XIX como uma forma alternativa ao conceito de vulgarização, sofreu muita pouca adesão da comunidade científica francesa. Por outro lado, no Reino Unido, o termo popularization of science conseguiu maior penetração. Contudo, mais recentemente, o termo ganhou força nos países latino-americanos e caribenhos com uma nova conotação na qual o conceito de popularização da ciência foi associado às lutas populares. O termo aponta para o ato ou ação de popularizar (tornar popular, difundir algo entre o povo) e, neste sentido, também apresenta problemas. Primeiro, a ideia de tornar agradável ao povo e, segundo, o próprio conceito de “povo”. No primeiro caso, o conceito de popularização da ciência tem contraposto à ideia de “agradar ao povo” aquela de uma ação cultural referenciada no diálogo e no respeito ao universo simbólico do outro. Com relação ao conceito de “povo”, e evitando uma longa discussão teórica, é possível afirmar que, historicamente, a ideia de “povo” tem estado associada aos excluídos, aqueles que vivem do seu trabalho e os que estão dispostos a lutar ao seu lado. É nestes dois sentidos que o termo popularização da ciência é tomado como colocar a ciência no campo das lutas populares e movimentos de mudança da realidade constituída, ou seja, converter a ciência em conhecimento da realidade concreta e, como tal, ferramenta de transformação dessa mesma realidade.
A popularização da ciência indica que a ciência e a tecnologia, como qualquer outra produção cultural, é patrimônio da humanidade, mas que os seus benefícios têm sido restritos a alguns poucos e que só na luta organizada dos explorados é que essa situação pode mudar. No Brasil, ela se coloca no mesmo campo de iniciativas que floresceram no pré-golpe militar de 1964, como a Teologia da Libertação da Igreja Católica (Catão, 1986), a Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire (Freire, 1985), os Centros Populares de Cultura-CPC da União Nacional dos Estudantes-UNE (Ridenti, 2000), o Teatro do Oprimido de Augusto Boal (Boal, 2013) e os Cadernos do Povo Brasileiro da Editora Civilização Brasileira e Instituto Superior de Estudos Brasileiros-ISEB (Nicola & Silva, 2022).
O caso específico dos Cadernos do Povo Brasileiro é exemplar, posto que reuniu engajamento político e popularização científica. Os Cadernos tinham como objetivo levar para as classes populares conhecimentos básicos sobre temas tão variados como saúde pública, sistema de leis, classes sociais e, também, literatura, como a experiência de poesia engajada dos volumes intitulados “Violão de rua”. Foram 28 volumes na coleção que foi interrompida e banida pelo golpe militar de 1964. Resgatar a experiência dos Cadernos é fundamental nesta discussão, tanto pela sua relevância histórica quanto pela ainda, infelizmente, atualidade dos volumes. Nessa coleção, foi demonstrado que, ainda que a ciência sob o regime capitalista esteja, majoritariamente, à disposição dos que buscam valorizar o seu capital, ela não precisa obrigatoriamente funcionar desta forma e pode, também, ser utilizada no sentido de superação da exploração capitalista. O que os Cadernos mostraram foi a forma de fazer isso a partir do engajamento da ciência e dos cientistas nas questões do seu tempo em prol das classes populares.
A popularização da ciência deve partir do princípio de que a ciência é tanto um conhecimento genérico desenvolvido ao longo da história da humanidade quanto cada vez mais um produto em circulação no mercado capitalista, haja vista o nível capital intensivo que alcançaram as pesquisas e os laboratórios. Assim, é preciso tanto lidar com o cientificismo quanto com o negacionismo.
O cientificismo é uma tendência intelectual de matriz positivista que pressupõe uma superioridade do método científico em relação a todas as áreas do saber e da cultura (filosofia, artes, religião etc.). No seu limite o cientificismo se define pela aplicação do método das chamadas ciências naturais (hard sciences) em detrimento das abordagens das ciências sociais e humanas (soft sciences) e, na sua relação com a sociedade e expressão política, se configura como a ideologia tecnocrática. No capitalismo, o cientificismo é a própria expressão do domínio de classe, alienação do trabalho e fetichismo da mercadoria.
O negacionismo, por sua parte, pode ser encarado não simplesmente como a negação dos fatos científicos e das evidências empíricas, mas como uma irmã siamesa do cientificismo. Ou seja, o negacionismo se configura como uma ideologia que demonstra o fracasso da perspectiva iluminista: o problema não se encontra na ausência de conhecimento da população, mas num estranhamento da população em relação ao conhecimento que está sendo ofertado a ela. Longe de ser uma reação passiva, se trata de uma reação ativa de não reconhecer o conhecimento científico como algo que diz respeito aos seus problemas, necessidades ou interesses. Ou ainda, uma identificação dessa forma de conhecimento com um outro que não eles mesmos. Neste sentido, da mesma forma que no cientificismo, o problema parece ser de luta de classes e alienação do trabalho. A ciência é, para a classe trabalhadora, uma das mercadorias mais fantasmáticas produzidas pelo capitalismo.
Para além disso, na atual conjuntura de nova crise capitalista na qual se vive uma falência do neoliberalismo como gerência da economia e da democracia burguesa como administradora da sociedade e dos problemas da classe trabalhadora, esse fetichismo da mercadoria fantasma ciência (ou conhecimento científico) tem provocado uma reação ativa de negação que tem sido capturada pelos movimentos de extrema direita mundo afora. O que não é surpreendente, posto que, historicamente, as alternativas fascistas sempre se apresentam como administradoras das crises capitalistas. Portanto, longe de ser um problema de comunicação da ciência (perspectiva da divulgação científica) o que tem garantido o recrudescimento do negacionismo é o não enfrentamento teórico e prático da ciência em relação ao modo de produção capitalista e a sua falta de engajamento em relação às questões prementes da classe trabalhadora. De modo que é no movimento de luta dos trabalhadores pela mudança da realidade que a ciência tem que buscar o seu modus operandi, assim como fizeram os Cadernos do Povo Brasileiro em outro momento. Dessa forma, a superação das irmãs siamesas do cientificismo e negacionismo só pode se dar através da popularização da ciência.
Mais que isso, na contemporaneidade existe outro obscurantismo em curso que são as perspectivas pós-modernas que insistem em proclamar a descoberta da falibilidade da ciência. A partir da década de 1970 tem sido propalada e sistematizada a ideia de uma “crise da modernidade”, ou seja, as condições concretas que teriam dado origem ao fenômeno abrangente de natureza cultural iniciado a partir do final do século XVIII teriam sido superadas e uma nova realidade político-social-cultural-econômica e subjetiva estaria em vigor a partir da segunda metade do século XX e, fundamentalmente, no século XXI (Evangelista, 2001). Mais que isso, a “modernidade” estaria diretamente relacionada aos problemas associados ao capitalismo e representaria, inclusive, a racionalidade inerente a este sistema de produção.
A razão moderna seria dominada pela ciência que se distinguiria pelas narrativas totalizantes que, como tal, teriam um caráter excludente e, no limite, totalitário. Além disso, a prática científica vigente teria como linguagem a matemática que, ao quantificar o mundo, reduziria a sua complexidade perdendo, nesse sentido, o próprio mundo que buscaria descrever. Não menos importante, a racionalidade moderna seria marcada pelo desejo de explicação formal que nega a finalidade e a intenção que o conhecimento deve ter. Por fim, o conhecimento científico seria mecanicista e baseado no pressuposto da repetibilidade dos fenômenos (Santos, 1987).
Na descrição pós-moderna, portanto, a crise seria bem vinda e a parteira de uma nova racionalidade para um novo mundo necessário, no qual as novas regras devem ser a substituição do discurso global pelas narrativas locais. Assim devem ser substituídas as noções de objeto de conhecimento e método (Althusser, 1976), pela ideia de tema na qual a diversidade, interpretação e descrição passam a ser respeitadas. Nesse sentido, o conhecimento disciplinar unitário, que cala o divergente, deve ser substituído por um conhecimento local e plural que dê voz aos diversos grupos sociais e seus interesses e perspectivas (Santos, 1987). Assim, passam a vigir a experimentação descompromissada, na pretensão de fugir ao formalismo e ao doutrinário, de modo que uma civilização mundial de tolerância pluralística e opções superabundantes superem as ultrapassadas “polaridades” como “esquerda e direita”, “burguesia e proletariado”. Nessa nova sociedade um grande conjunto de jogos de linguagem, diversos e incomensuráveis entre si pode florescer. Nesse sentido, o movimento do pós modernismo produziu uma série de condições que favoreceram a ramificação da narrativa negacionista na sociedade atual.
A popularização da ciência, portanto, deve servir como ferramenta tanto lidar com o cientificismo que nega a legitimidade das outras formas de conhecimento que compõe a cultura, quanto com o negacionismo que se estabelece com base na alienação dos produtos de conhecimento que se pretendem neutros. Estivesse o conhecimento científico acima dos interesses de classe, o projeto iluminista (di-vulgare, a-lumni) não teria fracassado desgraçadamente frente ao negacionismo. Além disso, é preciso enfrentar o obscurantismo em curso das perspectivas pós-modernas que insistem em proclamar a descoberta da falibilidade da ciência, quando isto já vinha sendo discutido dos pré-socráticos aos céticos, de Bacon a Descartes, de Marx a Freud. Reconhecendo a dialética da realidade concreta de produção do conhecimento científico (Silva & Arcanjo, 2021), a perspectiva da popularização da ciência entende que o problema fundamental de “divulgar a ciência” não é a linguagem, a comunicação, a difusão ou o letramento, mas com quem ela se irmana nas lutas que a história impõe, ou seja, ser capaz de responder a questão: divulgação científica para quem te quero?
Sobre autores/as:
Edson Pereira Silva
Professor Associado da Universidade Federal Fluminense, Laboratório de Genética Marinha e Evolução (LGME-UFF)
E-mail: [email protected]
URL CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/5117796485284748
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3210-1127
Fernanda Gonçalves Arcanjo
Doutora colaboradora do Laboratório de Genética Marinha e Evolução, Universidade Federal Fluminense (LGME-UFF)
E-mail: [email protected]
URL CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/1590182468651576
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1190-9768
Stephanie Campos Alves
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
E-mail: [email protected]
URL CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/7182883455133491
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-8065-3495
Michelle Rezende Duarte
Pos-Doc do Programa de Pós-Graduação em Biologia Marinha e Ambientes Costeiros, Universidade Federal Fluminense
E-mail: [email protected]
URL CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/4364575322874194
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6175-7777
Luca Ribeiro Mendes Nicola
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Biologia Marinha e Ambientes Costeiros, Universidade Federal Fluminense
E-mail: [email protected]
URL CV Lattes: http://lattes.cnpq.br/5813444045698982
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3021-6553
REFERÊNCIAS
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